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Os novos intérpretes

A Constituição é o que o Supremo diz que ela é. A consagrada máxima não deixa de ser ambígua. Por um lado, é verdadeira, porque, de fato, é o Supremo quem tem a última palavra na interpretação da Constituição. Essa é a sua atribuição, e modo como ele a interpretar passa a valer no mundo…
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Sobre dores e curas

Comovem-me as dores das pessoas. Todas elas, a dor da pobreza, a do abandono, a da doença, a da injustiça. Sei que sentir dor é próprio da vida e por isso muitas não têm solução. Nesse caso resta a solidariedade, quando a exercemos, porque anda cada vez mais rara. Houve tempos em que comparava dores,…
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Indecência

As notícias vieram sem muito destaque. Na verdade, começaram mesmo como seminotícias, apresentadas na condicionalidade do futuro do pretérito composto teriam sido. O teriam sido continuou por vários dias, depois, aos poucos, sem alarde, mudou par foram. Não é mais os índios flecheiros teriam sido mortos; já se dá como certo que foram mesmo mortos…
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A flor do jardim

Houve, nas reações ao fechamento antecipado da exposição Queermuseu, uma que me preocupou mais do que o obscurantismo conservador de sempre e o novo fascismo do MBL: a das muitas pessoas verdadeiramente democráticas que, sem se sentirem encorajadas a explicitamente defender a censura, levaram seu discurso para o mal estar diante de algumas obras que…
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O ônibus da Paulista

Entrou Janot, saiu o maluco do ônibus. Voltou a grande política e saiu a pequena política do cotidiano das relações sociais, assim satisfazendo quem lamentava o prosseguimento da masturbação. Mesmo assim, não posso deixar de voltar ao assunto, porque vejo nos detalhes que cercaram o evento anterior uma série de implicações que dizem com o…
