Autor: Pio Giovani Dresch

  • A legiferância da barbárie

    Não sei se quem me ensinou foi a vida ou foram os livros, mas acho que aprendi: a civilização é um prédio que se constrói lentamente, como uma catedral medieval, que levava séculos para ser erguida, mas a barbárie pode vir num frêmito, como um terremoto que nada deixa em pé.

  • A redução da maioridade penal de Eduardo

    A propósito da morte do menino Eduardo no Complexo do Alemão, é necessário registrar que a polícia do apartheid é uma realidade nacional: acontece no Rio, acontece em São Paulo, acontece na Bahia, onde em fevereiro, numa única operação, foram mortos doze jovens negros.

  • Empresários: vítimas da corrupção?

    As empreiteiras tentaram, e a tese não é absurda: foram vítimas de achaques e, se não pagassem propina, não sairiam os contratos, elas teriam enormes prejuízos, talvez até mesmo quebrassem. Forçando um pouco a barra, haveria, em relação a suas condutas, uma inexigibilidade de conduta diversa.

  • Eles apenas comemoraram um gol

    As tardes de domingo dos meus oito anos eu as passava grudado no rádio de válvula do meu pai. Joãozinho e Alcindo eram minhas alegrias, e muito vibrei com os tantos gols que faziam. Vibrei? Modo de dizer: eu permanecia impassível e era necessário que olhassem bem meu rosto para perceberem o sorriso.

  • Triste aniversário

    Não sou dos que compartilham daquela visão negativista do Brasil e dos brasileiros, postura que encerra em si uma contradição, porque traz implícito o entendimento de que o problema é com os outros e cada um dos que assim julga é imune às mazelas denunciadas. Além disso, ignora o fato de que este é o…