Autor: Pio Giovani Dresch

  • Meu caro amigo

    Meu caro amigo

    Meu caro amigo Não podes imaginar a satisfação com que recebi tua mensagem. Já se foi, perdida, a nossa mocidade e faz tempo que apenas ouvia alguém dizer, de vez em quando, que fulano está bem. Saudades da parceria, que os anos, e não só os anos, não trazem mais. Se emociona receber notícias tuas,…

  • A ameaça

    A ameaça

    Não assisti ao Jornal Nacional, há anos não assisto, mas dizem que Bonner encerrou o noticioso (leia-se com aspas) repetindo com ar tenebroso uma postagem que o Ministro do Exército fez no Twitter com o seguinte conteúdo: “Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de…

  • Sinal trocado

    Sinal trocado

    Sérgio José Dulac Müller. Foi ele quem me entrevistou quando fiz concurso para juiz. Ele e o Roenick. Depois, com o Favretto, fez minha banca em Direito Comercial. Bom de conversa, foi quem conduziu a entrevista, e, como eu próprio resolvi não seguir os prudentes conselhos que haviam me dado, de esconder minhas inclinações ideológicas…

  • Barrar o ódio

    Barrar o ódio

    A execução de Marielle colocou na nossa pauta a questão do ódio. Não o ódio de quem puxou o gatilho, porque quem mata assim não costuma fazê-lo por ódio, mas pelo cálculo frio do interesse contrariado, da necessidade de manter seu mercado ou garantir sua impunidade. O ódio de que falo é o dos gatilhos…

  • Marielle

    Marielle

    Não a conhecia, não sei quem a matou, se foi polícia, se foi bandido. Ou se foi polícia-bandido. Sei que era mulher, pobre, negra, bissexual (não sei em que ordem devo dizer). Faltou dizer: era favelada. Veio da Maré, conseguiu bolsa para fazer curso superior, depois fez mestrado, virou vereadora. E lutava.