Resolvi fazer um blog.
Dizem que eles estão em baixa, mas, tudo bem, será meu espaço.
Não penso mesmo em ser muito lido, que não o serei. Na verdade, é porque de vez em quando sinto necessidade de dizer. E para mim dizer significa escrever. Ser ou não lido é outra história.
Claro, é bom saber que alguém leu e melhor ainda que tenha gostado, mas isso é quase um efeito retardado, de algum modo desvinculado do ato em si: o que importa é dizer, e isso se basta.
Concebo esse espaço mais ou menos como sempre o foi o Cruzeiro, o nosso Cruzeirinho, da Colina Melancólica, time de 18 torcedores.
Escreverei quando der na telha, porque nem sempre tenho o que dizer (raramente, só quando as defesas se debilitam, o vírus é ativado, mas aí não há outro tratamento). Nisso também imitarei o Cruzeiro, que sempre transitou entre a segundona e o fechamento do Departamento de Futebol, com raras aparições na primeira divisão.
Claro que o Cruzeiro foi capaz de algumas façanhas, como ter Moacyr Scliar entre seus torcedores ou empatar com o Real Madrid de Di Stefano no Santiago Bernabeu, feitos que estão longe das minhas ilusões. Talvez minha ambição máxima seja a de chegar a 18 leitores tão fiéis quanto eram os cruzeirenses.
E farei força para que não aconteça com o blog o que aconteceu com a Colina Melancólica: virar cemitério.
Por isso, seguirei escrevendo. Bissextamente.
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Sei que o Cruzeiro foi campeão gaúcho em 1929, mas não me lembro de tê-lo visto sequer líder alguma vez na minha vida. Pois, no dia em que lanço o blog, ele dorme líder. É só por uma noite, mas gostei da coincidência.
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