A gente andava falando de lado, olhando pro chão. Amuados, sufocados em dúvidas, num mundo tão cheio de certezas. Nos sentíamos sós e não nos víamos; só víamos aquela multidão que marchava agressiva, a multidão que nos oprimia e encolhia.
Então, um daqui, outro dali, abandonamos a mudez, e um viu o outro. Surgiu a ideia: vamos beber. À mágoa ou à saúde, mas vamos beber.
Fomos 25. Muitos não puderam ir e se lamentaram, outros não ficaram sabendo. Ninguém foi de verde-amarelo, ninguém foi de vermelho. Tampouco de toga. Apenas nos encontramos, comemos e bebemos.
Alguns não se conheciam e saíram dali como irmãos. Falamos de muita coisa, até de política. E divergimos na política. Mas saímos como irmãos.
E vamos nos ver novamente, porque não basta um dia para brindar à Constituição.
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